Mariana foi a primeira vila, a primeira cidade e capital de Minas Gerais. Uma ocupação que data do final do século XVII e está ligada diretamente ao desenvolvimento do Estado. Foi um dos berços da história brasileira e muitos documentos que retratam esse período foram preservados e estão disponíveis nos cartórios do município.
“Atuamos como verdadeiros guardiões da memória. Temos um arquivo centenário, mantido com muita responsabilidade, com informações íntegras e passadas sem perdas de um titular ao outro ao longo dos anos”, diz Ana Cristina Maia, oficiala do Cartório de Registro de Imóveis da cidade e presidente do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural de Mariana.
Nos cartórios é possível encontrar registros das mais diversas transações, como transmissão de heranças e de propriedades, doações de bens e até mesmo livros de compra e venda de escravos. Os documentos mais antigos encontrados no Registro de Imóveis de Mariana, por exemplo, datam de 1848.
O patrimônio histórico do município também é beneficiado com a atuação dos cartórios. Em caso de restaurações nessas propriedades, é preciso consultar os detalhes arquitetônicos descritos nos documentos arquivados no cartório para manter as características originais. E o mesmo vale para qualquer outro imóvel do município. Mais importante que a parte material está o lado humano. Os cartórios ajudam a contar a história do povo, preservando a memória e os costumes da época. “Os registros arquivados nos ajudam a conhecer a história de outras épocas e os detalhes da vida das pessoas. O que preservamos, na verdade, é a biografia do Brasil. Registramos a história há muitos anos”, pontua Ana Cristina Maia.
Texto produzido pelo Colégio Registral Imobiliário de Minas Gerais (CORI-MG)
Coluna publicada no Jornal de Notícias, na edição de 1º e 2 de junho de 2019